Existência é a nuvem, em seu tênue vagar,
Cheia de mistérios que de tudo se ri,
Em sua brisa, o efêmero anúncio das coisas
Que se desvelam no instante vivido.
Da alegria ao trágico, basta um momento.
O grito de espanto diante do desencanto
Soa em sua melodia como uma canção perdida,
Numa voz que se emudece ante o consumado.
Assim, como a nuvem, a existência se expira.
Num horizonte qualquer, o último abandono,
De um desejo relegado à própria sina
Eis o paradoxo que em tudo nos fascina.